“Saiu do teatro, entrou no cinema e virou um fenômeno cultural.” É assim que Carlos Antônio Cavalcanti, produtor de Wicked, define a euforia que se seguiu ao lançamento do filme homônimo no fim de 2024. Agora, o espetáculo retorna para uma terceira montagem brasileira no Teatro Renault. Estreia hoje, dia 20 de março, com nova produção, incluindo pirotecnias de voo, coreografia e cenários grandiosos.
A Her Campus Cásper Líbero participou da coletiva de imprensa para divulgação na última terça-feira, 18 de março, na qual o elenco adentrou aos detalhes da recriação da história.
Diferente das versões anteriores, a montagem dirigida atualmente por Ronny Dutra é ainda mais elaborada e cara, com orçamento estimado em 19 milhões de reais. “Quando me foi dada a oportunidade de dirigir Wicked, pensei que queria usar todos os elementos cênicos possíveis. O figurino, a maquiagem, os efeitos especiais, a projeção, o cenário, tudo conta a história. Com todos esses elementos, a gente vê uma versão de Oz que é muito única e nossa, porque é brasileira”, disse, em entrevista à HCCL.
Com trilhas sonoras já conhecidas pelo público, Myra Ruiz e Fabi Bang voltam a interpretar as protagonistas do musical, como as bruxas Elphaba e Glinda, respectivamente. Elas se mantêm desde a primeira edição da peça no Brasil, em 2016, e foram responsáveis pela dublagem de suas personagens na adaptação cinematográfica. Como disse Cavalcanti, “elas são o corpo, a espinha dorsal da peça.”
Quando questionada sobre como essas experiências impactaram sua atuação nos palcos, Ruiz afirma: “me senti mais inspirada do que nunca ao ver a performance da Cynthia [Erivo].” Ao mesmo tempo, reforça como o teatro é uma arte construída colaborativamente, por diversas mãos. “Eu foco em manter viva essa conexão [com a essência da personagem] e criar a minha Elphaba através dos meus colegas de palco.”
POR QUE WICKED ESTÁ DE VOLTA?
Não é exatamente comum que peças retornem ao teatro em tão pouco tempo após a última montagem, como é o caso de Wicked. Dois anos após vender mais de 340 mil ingressos, o musical conseguiu ultrapassar a marca de 1.100 entradas compradas em um único dia.
Realizadores reconhecem que, com o impressionante sucesso de bilheteria do filme em 2024, a peça está mais procurada do que nunca. Mas, defendem que a sua montagem começou a ser concebida muito antes do lançamento cinematográfico. “Não tínhamos indicação de como seria o filme, muito menos do seu impacto”, declara Carlos Cavalcanti.
Impacto esse que se tornou uma euforia para a cultura pop, principalmente nas redes sociais. Como disse Myra Ruiz, “Wicked já furou a bolha [do teatro] e agora vai furar mais ainda aqui no Brasil, então estou ansiosa com essa nova leva de fãs.” Ronny Dutra afirma que, para ele, existe “uma responsabilidade de contar uma história que melhore as pessoas e o mundo.” Já para Fabi Bang, o objetivo é que o público “volte para casa com provocações, faz com que ele volte e queira ver de novo. Tem muita coisa nova nessa edição e se não for assim, nem vale a pena.”
COMO WICKED SE RELACIONA COM O MÁGICO DE OZ?
Inspirado no universo de O Mágico de Oz, o musical se baseia na coleção de livros The Wicked Years, criada pelo autor americano Gregory Maguire em 1995. Com o sucesso literário, Winnie Holzman, roteirista, e Stephen Schwartz, compositor, elaboraram juntos a versão teatral da história de Elphaba e Glinda para a Broadway. O roteiro permite ao espectador acompanhar as protagonistas desde a escola até se tornarem as clássicas Bruxa Boa do Norte e Bruxa Má do Oeste, pensadas por Lyman Frank Baum no livro original de 1936.
Wicked: A História Não Contada das Bruxas de Oz. Dirigida por Ronny Dutra. No Teatro Renault, de quinta-feira a domingo.
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O artigo acima foi editado por Clarissa Palácio e Duda Kabzas.
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